quinta-feira, 29 de julho de 2010

Audio(u)visual: Eu vou!!!


Ai ai ai (e não é a música de Vanessa da Mata que eu me refiro rsrs)... mais uma banda indie inglesa! Pouco informação obtive sobre a banda Wave machines, a não ser o fato de serem de Liverpool e da formação em 2007. A música que trago I go i go i go não é muito nova (de 2008 pra ser mais exato) e soa até retrô. O clipe é meio bizarrinho... mas eu vou no som. E vc, vai?


 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Resenha: O segredo do seus olhos

     Não é de hoje que o cinema latinoamericano tem despertado interesse na superficial Hollywood. O drama policial "O segredo dos seus olhos" (El secreto de sus ojos- Argentina/2009) deu aos nossos vizinhos hermanos um oscar de filme estrangeiro pela segunda vez, algo não conquistado por nós até hoje (e sem querer bancar o orgulhoso na declaração, isso não nos deve gerar desconforto de maneira alguma).
     Bom... falando do filme propriamente dito e já começando com uma comparação: Será que fui o único com a sensação de que a "história de amor incubada" entre o casal protagonista lembra, e até se assemelha, em alguns quesitos ao fabuloso romance de Gabriel Garcia Marquez, "O amor nos tempos do cólera"? Em pouco mais de 2 horas de filme também somos envolvidos em outras situações que apresentam discretos tons de "realismo fantástico", como a situação final reveladora, ou mesmo como se deu a captura do assassino em meio a multidão em pleno estádio de futebol lotado.
     Em linhas gerais o enredo do filme é sobre a rememoração de um caso de assassinato de uma jovem professora recém-casada, no qual o protagonista vivenciou sua investigação na década de 70. A partir dos fatos ele tenta escrever um romance. Esta narrativa nos amarra, mas serve verdadeiramente como pano de fundo. O que se quer debater aqui é o humano em ações singelas ou nem tanto. É o amor platônico, a covardia que aprisiona os sentimentos, a condição de farrapo, a natureza violenta, o amor doentio, a vingança servida em um prato gélido, a soberba.
    E nunca o silêncio foi tão valoroso como no olhar vazio de um cadáver, nas declarações de amor mudas e surdas, na dor de um viúvo em luto perpétuo, nos olhares registrados em um álbum de fotografias.  Não há dúvida de que aqui a máxima "os olhos são as janelas da alma" nunca caiu tão bem a um filme ... e de que, portanto, não são bons guardadores de segredos.

Nota 9. Assista!

domingo, 18 de julho de 2010

Audio(u)visual: Sweet disposition

Na semana que se passou tivemos o dia internacional do rock (13/07). E de praxe, para comemorar e não perder a mania, trouxe uma banda de rock da Austrália. Nesta suave canção que tem leveza até em seu título ( Sweet disposition ), temos o que há de melhor no rock dos anos 2000. Nada dos acordes barulhentos de heavy metal. Lembra em parte o U2 e o Coldplay. E digo que mais do que uma doce disposição eu diria que a canção possui é uma disposição empolgante. A sensação de evocação nessa música é gigantesca, principalmente no refrão. Para entender o que digo, faça o seguinte: Imagine-se num lugar cinzento em meio ao vento e chuva leve (qualquer coisa como um campo da Inglaterra), dirigindo sozinho e escutando/cantando muito alto essa música. Dá pra arrepiar só em sentir o refrão (A moment, a love, A dream aloud, A kiss, a cry, Our rights, our wrongs, A moment, a love, A dream aloud, A moment, a love, A dream aloud. So stay there 'Cause I'll be comin' over And while our bloods still young It's so young It runs And we won't stop til it's over Won't stop to surrender)

Sabe o que é isso? É redenção!

obs: a propósito, o nome da banda é The Temper Trap

The Temper Trap - Sweet Disposition (Music Video) from Moop Jaw on Vimeo.

sábado, 10 de julho de 2010

Audio(u)visual: Scarlett Johansson


     Sim... ela também canta! Em companhia de Pete Yorn (que escreve as letras inéditas) a dupla encorpa com um country bem leve as canções inclusas no álbum Break up, lançado em 2009. A verdade é que a loira não tem uma voz potente, mas confesso que o som é bastante agradável. Para a surpresa de muitos aqui, essa não é a primeira vez que Johansson mergulha de cabeça na indústria fonográfica. Ela já havia lançado "Anywhere I Lay My Head", disco de releituras da obra do cantor Tom Waits. Abaixo trago a canção I don't know what to do.



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Resenha: Mamma Mia! / O Gânster / Uma prova de amor


Mamma Mia! (Idem USA/2008 - de Phyllida Lloyd)
Junte um bando de coroas que foram hippies na década de 70 para o casamento de uma recém-adulta de pai desconhecido e teremos a comédia/musical trash Mamma mia! A impressão que fica é a de que os adultos pararam no tempo e ficaram perdidos em lugar da década de 70/80. Comédia pastelão, metricamente exagerada. Às vezes inserções musicais forçadas deixam o filme muito entediante, assim como o desafino de alguns atores ensaiando algumas canções do ABBA. Todos os créditos para Meryl Streep que de novo rouba a cena. Nota: 5,6





O Gângster (American gangster - USA/2007 - de Ridley Scott)
Nos anos 70 aprendiz aproveita a morte de seu mentor para assumir a liderança do tráfico em Nova York tornando-se uma celebridade na cidade. Mas um implacável detetive, resolve agir para desbaratar seus negócios. Elenco de primeira, com boas atuações. Filme um pouco extenso com pouco mais de 2h e meia. Vale também pela recriação de época bem caprichada e pelo roteiro bem contado mas não muito empolgante e pelas construções complexas dos personagens. Nota: 7,0







Uma prova de amor (My Sister's Keeper - USA/2009 - de Nick Cassavetes)
Na moral... vai ser emotivo assim em Hollywood! O filme foi feito unicamente para um motivo: ensopar lenços com rios de lágrimas. Tudo no filme é voltado para isso, com trilha melosa, flash-backs, interpretações sugestivas, tomadas de cena propositalmente poéticas e roteiro com um único foco. E justamente por possuir somente um foco é que o filme fica muito piegas. É indiscutivelmente apelativo ao abodar de forma exclusiva a história de uma garota prestes a morrer de câncer. Lembra em alguns aspectos o premiado "Laços de ternura" (um dos meus filmes preferidos) mas é empobrecido justamente ao agir de maneira contrária ao seu antecessor: com um único foco o filme torna-se demasiado desgastado e prende a platéia pelo fator humano dor e perda (o caminho mais fácil para emocionar). Nota: 5,3

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tá escrito: A vida de Pi


   êêêêêêêêêê... a última coluna que faltava!!!
   E minha primeira postagem do "Tá escrito" é sobre um livro bastante especial, criativo e envolvente chamado "A vida de Pi" ( Rocco; 354 páginas; de Yann Martel) que conta a estória de um garoto indiano que resiste a um naufrágio em que todos seus familiares morrem, rumo ao Canadá. A partir daí se desenvolve uma rotina de luta pela sobrevivência em alto-mar a bordo de um bote salva-vidas. Isso tudo acompanhado de suas introspecções, limitações de hidratação e alimentação e convivívio com ... um felino.
    A saber pelo enredo você deve logo ir imaginando como o escritor conseguiu entreter o leitor com um cenário tão escasso (um barco, uma pessoa, alguns bichos e muita água!). É claro que para isso ele recorrerá a flash-backs, desmembrará todas as dúvidas existenciais do garoto e  descreverá com detalhes situações cotidianas, mas tudo isso sem sobrecarregar a trama e sem deixá-la entediante. O livro ganhou o Booker Prize em 2002 e também é sucesso de público e de crítica. A leitura cheia de simbolismos e o final que pode gerar uma dupla interpretação só  instigam nossa imaginação. É um verdadeiro deleite da literatura contemporânea.