terça-feira, 15 de junho de 2010

Resenha: Ilha do medo

   Toda vez que Martin Scorcese lança um novo filme no circuito, os fãs da 7° arte entram em frisson. Devo confessar que o seu último título não me comoveu tanto. Não quero dizer com isto que o filme não é bom. Passa longe de ser ruim. Ilha do medo (Shutter island / USA-2010) não me surpreendeu porque me soou muito familiar, parecendo um mosaico de obras já consagradas com mesclas de filmes de suspense classe B. Quer saber quais são eles? Aí vão: O iluminado, Cidade dos sonhos, A estranha perfeita, Identidade, Os outros e Os suspeitos. Por isso nenhuma novidade.  Em outros aspectos a produção beira a perfeição. A trilha é sombria, a fotografia é impecável, adequada ao enredo e a montagem é bem apropriada, com boas tomadas e angulações. O elenco também é bastante competente com coadjuvantes de luxo que ditam o ritmo da trama (Ben Kingsley, Patricia Clarkson, Mark Rufallo, Jack Earle Haley) e Leonardo di Caprio não destoa na sincronia com os demais. A direção de Scorcese é segura, não deixando o complexo roteiro se tornar escorregadio. Todos esses elementos combinados não transformariam então o filme em uma pequena obra-prima? Acho que faltou um quesito fundamental para que a película alcançasse tal feito: originalidade. Existem filmes de prestígio que fazem uso de várias referências cinematográficas (o próprio Cidade dos sonhos). Mas a diferença fundamental reside aí: eles, no final das contas,  tornam-se a própria referência. O que não é o caso de "Ilha do medo". Será que estou sendo coerente com este julgamento ou criei uma visão paralela e distorci tudo? (Ops... será que falei demais? extrapolei? rsrs) Só assistindo para tirarem suas próprias conclusões.

Resumão: Para tentar solucionar o desaparecimento de uma paciente, investigador chega a uma ilha fortemente sitiada onde criminosos com problemas mentais ficam resguardados. No decorrer da investigação, as dúvidas quanto aos métodos aplicados no tratamento dos pacientes bem como o clima sombrio que paira sobre a ilha leva o investigador a constantes desconfianças sobre possíveis conspirações.

Nota 8. Para assistir em sábados entediantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário